Seminário Menor na Indonésia apresenta a vida do seminário na diáspora, que permite aos estudantes estarem próximos às comunidades ou paróquias durante a pandemia de covid-19. Um formador dehoniano escreve do St. Paul Minor Seminary, Palembang, Indonésia.
Não tem sido algo comum. Durante meses, não há seminaristas em Palembang, no St. Paul Minor Seminary (Seminário Menor São Paulo). Não é porque não há candidatos, mas é uma precaução em resguardar o “DOM” de Deus (e eu me refiro aos seminaristas) do corona vírus.
Por seis meses, nosso seminário permaneceu fechado devido à pandemia de covid-19. Em março, todos os seminaristas foram enviados de volta às suas famílias, e assim ficassem mais seguros do que vivendo juntos no Seminário. De acordo com as notícias em dezembro, a covid-19 começou a se espalhar por muitos países, inclusive na Indonésia. O governo indonésio estabeleceu protocolos para evitar a propagação do vírus, insistindo no uso de máscaras, em lavar as mãos e na distância física e social (como outros países fizeram seguindo as orientações da OMS para nos protegermos do corona vírus). Devido a estes protocolos, nós, formadores do seminário, decidimos enviar de volta os seminaristas às suas famílias para diminuir o agrupamento social no seminário. Seria um grande desafio manter o distanciamento social num seminário com cerca de cem estudantes. Foi também uma sugestão do Arcebispo da Arquidiocese de Palembang, pois a Igreja queria apoiar os esforços do governo para impedir a propagação do vírus corona. Como consequência desta situação, todos os seminaristas continuaram seu processo de formação em suas casas, através da internet.
Ficar em casa não era a melhor opção para o processo de formação de seminaristas. Com isso, como resultado de discussões entre os formadores do seminário somado aos conselhos do Bispo, decidimos implementar um novo sistema de formação, ou seja, o Seminário na Diáspora. O estilo desse seminário é adaptado a partir dos primórdios da vida cristã que encontramos na Sagrada Escritura. Os seminaristas se dividem em pequenos grupos (dois a dois, três a três, ou mais, porém não mais do que seis) e vivem em paróquias ou comunidades SCJ nas dioceses de Palembang, Tanjungkarang ou Padang. Eles continuam seu processo de formação convivendo com sacerdotes ou religiosos. Assim, desde julho até agora, todos os seminaristas têm vivido desse modo e realizado seus estudos através da internet (ensino à distância).
Nós, os formadores, somos sete dehonianos e continuamos no Saint Paul Minor Seminary. Nessa situação, temos que sair da nossa zona de conforto e sermos mais participantes nas redes sociais ou por nossos gadgets (dispositivos eletrônicos) para monitorar, cuidar e ouvir os seminaristas que estão em diversos lugares. Várias vezes temos que sair do seminário e ir ao encontro de nossos seminaristas nas paróquias e comunidades religiosas (mas sempre respeitando os protocolos).
A dinâmica da formação agora é feita através de reuniões virtuais pelas plataformas Zoom ou Google Meet. Todos os formadores SCJ estão dando o melhor para ajudar os seminaristas. Mantemos nossa responsabilidade como formadores, não mais com orientação presencial, mas através do mundo virtual. Às vezes, temos que preparar um assunto para uma conferência ou um conteúdo para a aula virtual. Não é realmente difícil, mas também não é um trabalho fácil porque alguns de nós estão imigrando para a nova geração (refiro-me à geração baby boomers que são de uma outra época e devem ajustar-se às muitas coisas de outras gerações). Mas aqui estamos nós. Somos SCJ, dehonianos e estamos prontos para nos readequarmos à situação e à cultura. É também nosso desafio de viver o espírito do Ecce Venio com o coração e a mente abertos para o novo futuro e para a nova cultura. Como um hino ao Espírito Santo “guia-nos ainda que tenhamos que nos sacrificar pelos serviços”.
Que esta pandemia passe logo. Vamos rezar por eles, os seminaristas.