O Natal celebra a entrada do Filho de Deus na história humana, dando-lhe um sentido novo e uma esperança segura. O tempo acolhe a eternidade de Deus na humilde gruta de Belém. O Infinitamente grande faz-se pequeno embrião e nasce da Virgem Maria. O Omnipotente assume a frágil natureza humana, para a revestir de vida e de beleza. As trevas da noite iluminam-se de uma nova luz. No Menino de Belém encontramos toda a divindade e toda humanidade. Começa uma nova história: Deus faz “consanguíneo dos homens”, para tornar os homens “familiares de Deus”.
“Nasceu-vos hoje um Salvador”. A “Boa Nova da salvação” está condensada neste anúncio. Deus está no meio de nós. A sua presença torna-nos homens novos, numa nova existência. Deus faz-se humano em Jesus para que o homem se possa tornar divino.
Ao contrário de Marcos e João, que concentram a sua atenção no mistério pascal de Cristo, Lucas e Mateus julgaram importante falar da incarnação, do nascimento e da infância de Jesus, lidas à luz da Morte e Ressurreição do Senhor.
Lucas, situando historicamente o evento, leva-nos a Belém, a cidade das promessas de Israel. É então e aí que nasce o Messias prometido. Ninguém se dá conta. É preciso que o anjo grite aos pastores: “nasceu-vos um Salvador”!
Também nós corremos o risco de não nos darmos conta da chegada do Salvador, do Filho de Deus, do Príncipe da paz, porque Ele desfaz os nossos esquemas de grandeza e de poder, as nossas seguranças humanas. Nasceu humilde, pobre e desarmado: “encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura”. O Verbo fez-se homem. “Homem pobre”.
“Glória a Deus nas alturas”. Glória a Ti, Senhor Jesus! Que, neste Natal, todos sintamos a paz que nos trouxeste e ensinaste, ao nascer humilde e pobre, no meio de nós, para nos salvar.
Vede que admirável espetáculo: encontrais no presépio um Deus e um menino, a grandeza e a baixeza, a luz e as trevas, a omnipotência e a fraqueza, a glória e a infâmia, a fonte dos tesouros e a pobreza; um Deus eterno que acaba de nascer, o Verbo de Deus que se cala. (ASC 598).