“Viu-o e moveu-se de compaixão”Terceiro dia – Como colocar em prática os ensinamentos sociais?
O terceiro dia da Conferência Geral foi dedicado à apresentação de uma série de projetos sociais e à tematização da questão ecológica. Entre as propostas estavam a criação de uma rede social e a constituição de uma comissão do desenvolvimento integral.
Há uma página do Evangelho que resume aquilo vimos, compartilhamos e refletimos no dia de hoje. No relato lucano da parábola do Bom Samaritano há duas ações que o samaritano realiza diante do homem que encontra por acaso em seu caminho: ele o vê e sente compaixão.
Abrir os olhos
O dia começou com um olhar sobre os dehonianos que, como o samaritano, ao longo do caminho da vida, param, veem e se movem de compaixão pelos feridos e vulneráveis.
Durante toda a manhã, de modo paradigmático, foram apresentadas quatro experiências. Do Brasil e do Congo, duas obras que cuidam de menores órfãos ou vítimas de exclusão social: a obra do Instituto Meninos de São Judas Tadeu e o Centro Saint Laurent; das Filipinas, a fundação kasanag daughters, uma obra social que cuida da regeneração psicológica e espiritual de mulheres vítimas de abuso sexual. Por fim, foi demonstrado o compromisso social da Província da Indonésia.
Reparação é compaixão
Durante o curso da assembleia, surgiu uma série de questões relacionadas ao “proprium” dehoniano. Sem atribuir o copyright dehoniano às obras sociais, pode-se constatar, no entanto, alguns critérios que correspondem ao carisma dehoniano. Antes de tudo, o espírito das Bem-aventuranças: aqueles que atuam no trabalho social demonstraram alegria e trouxeram alegria. Em segundo lugar, mesmo que as obras nasçam do carisma de uma pessoa, elas devem ser convertidas à dimensão comunitária e a comunidade deve se deixar converter por elas; isto implica em colaboração não apenas com os leigos, mas entre os próprios dehonianos (carente em alguns contextos); não se trata de fazer bem, mas com amor. Falou-se do compromisso social como uma forma de reparação. De fato, o compromisso social é reparação, isto é, trazer cura, regenerar pessoas feridas pela vida: “Tornei-me uma mulher melhor: sinto-me temente a Deus, uma mulher segura, e tenho uma perspectiva positiva da vida”.
Espaços abertos
Durante a parte da tarde, o comboniano Alberto Parise apresentou a plataforma web dedicada à Laudato si (www.laudatosiplatform.org), abrindo assim a discussão sobre a relação entre o compromisso social e a ecologia integral. Foi dito que a questão social, hoje, não pode ser separada da questão ecológica. A pobreza é frequentemente uma consequência de estilos de vida pouco saudáveis, mudanças climáticas, destruição de nossa irmã mãe terra: “o desafio urgente”, escreve o Papa Francisco na Laudato si, “é proteger nossa casa comum na busca do desenvolvimento sustentável e integral” (LS 13).
Os dehonianos estão cientes de que algo mais concreto deva ser feito. Por exemplo, foi proposta a criação de uma comissão para o desenvolvimento humano integral ou uma “rede social” para promover a informação, o intercâmbio, a captação e controle de fundos, a partilha de recursos, etc. Percebeu-se a necessidade de investir muito mais na formação, a partir dos primeiros anos de vida religiosa.
No final do dia, o Padre Carlos, Superior Geral, comentou: “Nós vimos. Nos aproximamos do modo como Jesus faz as coisas, vê. Jesus conseguiu fazer-se servo e amigo”.
Muitos dehonianos, junto com tantos leigos, veem como Jesus, agem como ele, estão próximos a tantos feridos e vulneráveis anônimos. A congregação inteira e a família Dehoniana deveriam fazer esta viagem de Jerusalém a Jericó.
🇮🇩 “Dia melihat dan tergerak dengan belas kasihan”
🇵🇱 “Zobaczył i wzruszył się głęboko”
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