José Ricardo Henrique, SCJ, foi ordenado sacerdote no Brasil em 7 de dezembro. Ele compartilha a experiência de sua vocação.
Meu nome é José Ricardo Henrique Zorer, sou diácono na Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (dehonianos), tenho 28 anos e sou, hoje, diácono, preparando-me para a Ordenação Presbiteral, que acontecerá dentro de pouco tempo, no dia 07 de dezembro próximo.
Nasci no dia 30 de abril de 1996, na cidade de Botuverá, em Santa Catarina. Desde cedo, interessei-me pela medicina. Brincava frequentemente de médico e sonhava em, um dia, tornar-me cardiologista. Ninguém sabia ao certo a razão deste meu gosto, único em meio aos familiares mais próximos. Porém, desde os quatro anos de idade, esse era meu projeto de vida. Eu pensava em casar-me e constituir uma família, como era o comum daquilo que eu conhecia pela realidade à minha volta.
Quando eu tinha dez anos, no entanto, algumas coisas começaram a mudar. Eu quis aprender a tocar violão e, logo que passei a conseguir tocar algumas músicas, comecei a ajudar o grupo de cantos da comunidade da qual eu fazia parte (Santa Luzia), seja nas Missas ou em outros eventos. Isso acabou fazendo com que minha família participasse mais da vida da comunidade.
Além disso, nessa mesma época, aprendi a rezar o terço e, o que mais me impressiona até hoje: sem o incentivo de ninguém. Eu simplesmente me interessei por aprender como se fazia esta oração e, assim que entendi, me propus a rezá-la todos os dias. Neste fato, eu identifico uma das primeiras intervenções da intercessão de Nossa Senhora em minha vida, já que, pela minha índole daquela época, não fazia sentido eu, de repente, interessar-me por isso.
Fazia um tempo que eu já estava rezando o terço todos os dias, quando, em certa ocasião, indo para a escola, um homem, o qual eu não conhecia e que nunca mais vi depois, me perguntou repentinamente se eu queria ser padre. Diante da minha resposta negativa, ele afirmou enfaticamente que eu tinha “uma cara de padre!”. Não lembro bem como encerrei a conversa, mas o fato é que aquilo que ele me disse ficou muito bem gravado por dias na memória, e foi objeto de reflexão de minha parte.
No ano seguinte (2008), estava acontecendo na nossa Paróquia São José, de Botuverá, o segundo ano da Missão Dehoniana Juvenil. Tornei-me próximo do grupo de missionários que vieram para a nossa comunidade e, num dos últimos dias daquela missão, um deles me perguntou o que eu queria fazer quando crescesse. Eu respondi que gostaria de me tornar cardiologista. Então, ele disse: “É uma boa profissão! Você pode fazer muito bem para as pessoas como cardiologista”. Depois, entregando-me um panfleto no qual vinha desenhado o Coração de Jesus, ele olhou para mim e disse: “Mas, quem sabe, se você quiser cuidar de um outro coração, cuida deste aqui”. Esse fato me tocou profundamente. Assim, rezando muito e refletindo sobre tudo o que vinha acontecendo, decidi-me a ser padre e, em 2011, entrei no Seminário de Rio Negrinho – SC.
Desde então, venho me preparando e, no dia 7 de dezembro de 2024, às 18h, na Solenidade da Imaculada Conceição da Bem-Aventurada Virgem Maria, fui ordenado sacerdote na igreja paroquial de São José, em Botuverá, por Dom Mutilo Krieger, SCJ.
Foi um momento importante para a Igreja, para a Congregação, para a minha família e para mim. E espero que a minha história possa ajudar outros a responder bem ao chamado de Deus. Que Deus abençoe a todos!