“Cristo amou-me e foi por causa do seu amor que se entregou por nós (Gálatas)”
Meditações do Pe. Dehon sobre a Paixão de Jesus
Foi por amor que Ele foi flagelado e coroado de espinhos; foi por amor que Ele se deixou pregar à cruz e que morreu. Christus factus est pro nobis obediens usque ad mortem, mortem autem crucis. É sobre a cruz que Ele realiza inteiramente a oblação de amor e de imolação que fez ao entrar na vida, ao pronunciar o seu Ecce venio.
E o amor deste Coração é tão grande que tantos sofrimentos não O esgotaram, que Ele teria querido sofrer ainda mais por nós. In finem dilexit nos. Este Coração amou-nos até à loucura, até se esgotar por nós.
As almas que amam este divino Coração permanecem, portanto, por assim dizer em êxtase, diante de tanto amor. Não se fixam longamente diante dos sofrimentos exteriores. Adoram-nos, beijam-lhes as marcas com respeito, mas perdem-se no Coração de onde se eleva a cruz e exclamam:
«Ó amor, ó amor que amastes tanto, que pedis como preço de tantos sofrimentos? Ah! É que eu vos ame um pouco; é que vos dê todo o meu coração que é tão pequeno, cuja capacidade de amor é tão fraca; poderia vo-lo recusar?» E, então, uma viva gratidão se ilumina neste pobre coraçãozinho.
(P. Dehon, Coroas de amor II, 1905)