Padre Osnildo Carlos Klann nasceu em Brusque (BR) no dia 26 de setembro de 1937 e tinha 82 anos. Fez os primeiros votos no dia 2 de fevereiro de 1957 e foi ordenado sacerdote no dia 28 de junho de 1964, na Paróquia São Luiz Gonzaga, também na cidade de Brusque.
Atualmente residia na casa paroquial em Jaraguá do Sul com outros quatro sacerdotes.
O sepultamento aconteceu às 9 horas da manhã deste sábado (15) no Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Corupá. Após, houve uma Missa de despedida.
Os que instruírem a muitos para a justiça, brilharão como as estrelas sempre e eternamente (Dn 12,3)
Uma vida, muitas lutas
(Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, scj) – “Uma vida, muitas lutas”, eis um possível título para um livro que alguém quisesse escrever sobre nosso confrade, Padre Osnildo Carlos Klann. É difícil imaginá-lo em um mosteiro contemplativo; mas também não seria verdadeira uma biografia sua que não desse um destaque especial à sua profunda vida de oração e à sua intensa vida espiritual.
Ao longo de oito anos, o jovem brusquense, nascido em 26.09.1937, estudou em Corupá/SC – Brasil (1948-1955); fez parte da turma que inaugurou o Noviciado de Rio Cerro – Jaraguá do Sul/SC – Brasil (1956). Seus primeiros votos foram em 02.02.1957. Estudou Filosofia em Brusque/SC – Brasil (1957-1958) e Teologia em Taubaté/SP – Brasil e na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma – Itália (1959-1964), onde também especializou-se em exegese – curso que não terminou por motivos pessoais. Fez os votos perpétuos em 02.02.1960 e foi ordenado sacerdote em 28 de junho de 1964.
Após sua ordenação, começou um tipo de vida que lhe fez merecer o título dado na homilia da Missa de Exéquias: “Uma estrela que brilha eternamente”. Afinal, segundo a definição do profeta Daniel: “Os que instruírem a muitos para a justiça, brilharão como as estrelas sempre e eternamente” (Dn 12,3). Este nosso irmão dedicou grande parte de sua vida na formação de jovens que buscavam a vida religiosa e sacerdotal. Se todos os SCJ do Centro-Sul do Brasil que foram tocados e beneficiados por sua dedicação tivessem participado de seu enterro – e certamente gostariam de ter participado, não fossem as limitações impostas pela pandemia do Covid-19 -, uma multidão se concentraria em Corupá, onde foi sepultado. Já em vida ele foi uma estrela na vida de inúmeras pessoas. Foi uma estrela que apontava para Deus; uma estrela a nos lembrar a importância da Igreja; uma estrela a nos ensinar que ser cristão é servir, é dar a vida, é ser como o grão de trigo, é imitar Jesus Cristo.
Foi formador e professor e nos Seminários Menores de Lavras/MG – Brasil (1964), de Curitiba/PR – Brasil (1964-1965) e de Corupá (1966-1967), e na Teologia, em Taubaté (1968). Exerceu o cargo de Secretário Provincial, em São Paulo, de 1969 a 1975. Nesse tempo, cursou a Universidade Makenzie, em São Paulo/SP – Brasil, tornando-se bacharel em Letras (Português e Francês). Em 1977 voltou a ser formador e professor em Corupá; a partir do ano seguinte, até 1981, foi Reitor desse Seminário. Foi, então, nomeado Conselheiro Provincial e Vice-Provincial (1981); dedicou o ano de 1982 para fazer um curso de formação para religiosos, no Rio de Janeiro. A partir de 1983, tornou-se Mestre de Noviços, cargo que ocupou até 1991, quando foi eleito Superior Provincial (1991-1997). Voltou a ser Mestre de Noviços (1997-2001). Em 1999 foi nomeado responsável pela área de Formação, na Congregação. Exerceu o cargo de Superior Regional da BRM, de 2001 a 2003. Em 12 de agosto de 2003, com a divisão da então Província Brasileira Meridional em duas (BRM e BSP), tornou-se o primeiro Superior Provincial da BRM – cargo que ocupou até 2006. No segundo semestre desse ano, foi Vigário Paroquial na Paróquia São Sebastião, em Jaraguá do Sul. Em 2007, partiu como missionário para a Missão do Congo, e lá permaneceria não fossem os problemas de saúde que surgiram. Ele voltou, então, para o Brasil; mas seu coração, não. Em 2016, voltou a ser Vigário Paroquial da Paróquia S. Sebastião, em Jaraguá do Sul, tendo ali falecido em 14 de agosto de 2020.
Os que conheceram seu jeito de ser, seu amor ao Coração de Jesus, sua paixão pela Igreja e seu carinho pela nossa Congregação Dehoniana testemunham que não conseguiriam imaginar Padre Osnildo sem ser aquilo que foi: religioso do Coração de Jesus e sacerdote. Era uma pessoa reta e coerente. Era um homem de Deus; um amigo de Deus.
Uma de suas principais características foi a transparência. Ele era aquilo que era; era aquilo que parecia ser, inclusive quanto à sua determinação, impetuosidade e exigências. Podia-se discordar dele; mas isso não abalava suas convicções.
Todos nós temos uma enorme dívida para com Padre Osnildo, pelo que ele foi, pelo que fez e pelo que semeou no coração de tantas pessoas. Ele é parte de nossa história, e parte importante, pois deixou suas marcas no coração de nossos religiosos e de nosso povo.
Que o Senhor nos dê a graça de ter sempre diante de nós o seu exemplo para que, como estrela que continua sendo, nos ilumine e nos aponte Deus. E que o Coração de Jesus dê ao Padre Osnildo a graça de estar com ele, já que passou a vida servindo-O, e a graça de ser honrado pelo Pai (Jo 12,26).
Veja também: Homilia das Exéquias de P. Osnildo Carlos Klann