12 agosto 2024
12 ago. 2024

Por Ele vivo:  É Cristo que vive em mim (Gál 2, 20)

Carta ao início do Centenário de morte de Padre Dehon e da preparação aos 150 anos de fundação da Congregação


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Aos confrades SCJ
e a todos os membros da Família Dehoniana

“O Ano Jubilar é, ao longo dos anos, o que é o domingo na ordem da semana (…)” 

É com alegria que nós, religiosos dehonianos e membros da família dehoniana, entraremos no Ano Jubilar 2025, anunciado pelo Santo Padre, como um ano de Graça e Esperança para toda a Igreja universal. Unindo-nos à Igreja para o Jubileu como “Peregrinos da esperança”, empreenderemos também a nossa peregrinação de ação de graças a Deus, pelo centenário do nascimento no céu (vere dies natalis) do nosso Fundador, Venerável Padre Léon João Dehon, e pelos 150 anos da fundação da nossa Congregação. De fato, o dia 12 de agosto de 2025 marcará exatamente o 100º aniversário da morte do Padre Dehon, e o 28 de junho de 2028, o 150º aniversário da fundação da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus. 

Estes dois acontecimentos são de grande significado para todos nós, porque nos convidam a uma profunda renovação, tanto do ponto de vista da nossa identidade como pessoas consagradas quanto da nossa missão na Igreja e no mundo. Cada membro da Congregação e da Família Dehoniana é chamado a viver esses eventos com alegria e a obter deles o maior benefício espiritual e carismático.

Baseando-se na Palavra de Deus, cuja meditação ocupou um lugar especial na vida do Fundador, mas também nas Constituições, verdadeiro testemunho da herança carismática e espiritual que nos foi legado por Padre Dehon, nós escolhemos como tema, para nos acompanhar nestes anos de celebrações: “Por Ele vivo:  É Cristo que vive em mim” (Gál 2, 20). Por um lado, estas palavras apresentam-se como fundamento da experiência de fé do Fundador (Cst. 2), e por outro, condessam a sua vida ao serviço do Reino do Coração de Jesus nas almas e nas sociedades.  Trata-se, portanto, de uma imersão na experiência de fé do Padre Dehon através da meditação das Escrituras, mas também um retorno às nossas origens carismáticas e espirituais, através do estudo e meditação das nossas Constituições, particularmente do bloco que inspirou a comissão: “Com Cristo, ao serviço do Reino” (Cst. 9-39).

O percurso que empreenderemos, conforme apresentado no recente Capítulo Geral, será precedido por um ano preparatório, de 12 de agosto de 2024 a 12 de agosto de 2025, e três anos de celebração. Com a ajuda de Deus e a colaboração de todos, esperamos que este seja um período de profunda renovação espiritual e vocacional para cada religioso da Congregação e para cada membro da Família Dehoniana. 

Durante esse percurso, quatro lugares históricos da Congregação terão relevância especial: Bruxelas/São Quintino (França), Quito (Equador), Kisangani/Wamba (R. D. Congo) e Yogyakarta (Indonésia). Com o símbolo da cruz representando a localização desses lugares, queremos abraçar o mundo, para reafirmá-lo na esperança que brota do lado aberto da cruz, a expressão inextinguível do amor de Cristo. Não serão lugares exclusivos de celebração, mas pontos emblemáticos, que nos servirão para recordar, aprofundar e celebrar aspectos essenciais do carisma que recebemos:

  • Bruxelas/Saint Quentin, lugares da morte do fundador e do nascimento da Congregação, que representam o berço da nossa espiritualidade e do nosso compromisso social. A partir daqui, queremos renovar a nossa vocação dehoniana (Domine, quid me vis facere?) e redescobrir a nossa identidade espiritual, fundamento da «experiência de fé» (Cst. 9) à luz da experiência de fé do Fundador (Cst. 2-5).
  • Em Quito, lugar da primeira missão da Congregação, que representa o nosso compromisso missionário e apostólico. A partir daqui, queremos reafirmar todos juntos este compromisso com a missão, cara ao nosso Fundador, de realizar o Reino de Deus (Adveniat Regnum Tuum), expressando e vivendo a dimensão missionária da nossa vocação de «testemunhas do primado do Reino» (Cst 10-15). 
  • Kisangani/Wamba, lugares do testemunho de fé de nossos mártires e dos irmãos cujo sangue e vida marcaram para sempre a terra africana e do significado da oblação vivida na Congregação (Ecce venio e Ecce ancilla). A partir daqui, queremos sublinhar nossa oblação reparadora, unindo-nos ao sacrifício de Cristo na cruz para a salvação do mundo; e, seguindo o exemplo de nossos mártires, nos renovaremos na dimensão profética de nossa vocação dehoniana, “unidos a Cristo em seu amor e oblação ao Pai” (Cst 16-25).  
  • Yogyakarta, lugar de nossa abertura para o mundo, em sua diversidade cultural e religiosa, com necessidade de abertura ao diálogo e à comunhão (Sint Unum) entre nós, entre os homens e mulheres de nosso tempo e no mundo em que vivemos. A partir daqui, queremos renovar nosso compromisso social “participando da missão da Igreja” (Cst 26-34) e estando “atentos aos apelos do mundo” (Cst 35-39), ou seja, atentos à promoção de uma nova unidade humana, feita de justiça e paz, preocupada com uma ecologia participativa e com a preservação de nossa casa comum, dando testemunho de que “a fraternidade pela qual as pessoas têm sede é possível em Jesus Cristo” (Cst 65).

Cada área geocultural, em coordenação com o Governo Geral, se organizará para que cada tema seja devidamente abordado e compartilhado com todas as outras áreas e em comunhão com a Família Dehoniana. Para isso, esperamos que os Superiores das Entidades criem seus comitês ou comissões locais. Por sua vez, pedimos às conferências dos superiores maiores de cada área geocultural que nomeiem uma comissão continental. Esperamos que, até o início de outubro, a Secretaria Geral da Congregação tenha recebido os nomes dos coordenadores e secretários da comissão de cada área geocultural, a fim de poder desenvolver a colaboração e o programa geral da melhor maneira possível.

Convido-os a aproveitar esse tempo, individual e comunitariamente, para revisitar nossa identidade e nossa missão por meio da oração, do estudo e também de nossos apostolados. 

Com a presente carta, neste dia 12 de agosto de 2024, e nesta casa onde faleceu o nosso venerado fundador, Pe. João Leão Dehon, em 12 de agosto de 1925, declaro aberto o percurso do nosso Jubileu Dehoniano, que se estenderá a partir deste dia memorável até 28 de junho de 2028.  Que esses anos de preparação, formação e celebração renovem nossa resposta à vocação de amor e reparação que recebemos, para aumentar nosso zelo missionário e nossa paixão pela justiça e pela paz no cuidado de nossa casa comum, para que possamos ser sempre e em toda parte “profetas do amor e servidores da reconciliação dos homens e do mundo em Cristo” (Cst 7).

Bruxelas, 12 de agosto de 2024

P. Carlos Luís Suárez Codorniú, scj
Superior geral e seu Conselho

 

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