Em 3 de fevereiro de 1893, a presença dehoniana no Brasil começou. Padre Dehon enviou os primeiros missionários para trabalhar no campo social e dos operários. A Província hoje é próspera e animada. A missão se estende por vários campos pastorais.
A Província Brasil Recife é uma porção da Congregação Dehoniana inserida na realidade da Região Nordeste do Brasil. É um grupo de religiosos dehonianos que se formou como fruto da sensibilidade social e missionária do Padre Leão Dehon que desejava ver continuada sua obra em prol da “instauração do Reino do Coração de Jesus nas almas e na sociedade”.
A missão dehoniana no Nordeste iniciou-se no dia 03 de fevereiro de 1893 quando chegou a cidade do Recife no estado de Pernambuco o P. Sebastião Miquet, enviado pelo Padre Dehon para trabalhar no cuidado pastoral dos operários da Fábrica de Tecidos da Companhia Industrial Pernambucana que ficava em Camaragibe. A iniciativa dessa obra deve-se também ao convite do industrial brasileiro Carlos Alberto de Menezes que conheceu o trabalho social e pastoral da Congregação do Padre Dehon através do industrial francês Léon Harmel. Carlos Alberto, entusiasmado com a realidade do trabalho dos padres com os operários no espírito renovador da Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, pediu a Padre Dehon que enviasse um capelão para sua fábrica que estava sendo instalada em Camaragibe, município de São Lourenço da Mata no estado de Pernambuco.
O P. Sebastião Miquet iniciou sozinho a missão dehoniana com os operários em Camaragibe. Em 1895 chegou o P. Maximino Cottard para reforçar a missão. Entre os anos de 1896 e 1902 foram enviados os confrades P. Liduino Richters, Ir. José de Broglie, P. Ângelo Deal, P. Longino van Heugten, P. Estanislau Schimanski e P. Pedro Graaf. Aos poucos nossos missionários foram assumindo, além do trabalho com os operários, o cuidado pastoral de paróquias da região. As dificuldades para os inícios da missão foram inúmeras e algumas decepções foram vividas com espírito de sacrifício. Alguns destes pioneiros tiveram que retornar à Europa. Muitas lacunas na organização do trabalho pastoral nas fábricas, a carência de recursos para sustentação dos missionários, as longas distâncias entre as diversas paróquias assumidas, a realidade climática da região, o contexto eclesial da época e a situação social do povo fizeram com que nossos pioneiros se tornassem verdadeiros heróis na manutenção da obra dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus nas terras brasileiras.
Com o passar dos anos, os padres foram consolidando sua presença e missão no Nordeste. Aos poucos foram chegando outros missionários para se somarem aos pioneiros que passaram os dez primeiros anos no árduo trabalho missionário. Entre os dias 13 de setembro e 11 de outubro de 1906, o Padre Dehon visitou nossos missionários em Pernambuco e Alagoas. Sua presença foi significativa para dar ânimo ao trabalho dos nossos confrades e representou um novo impulso em nossa obra no Brasil.
A obra dos dehonianos no Nordeste floresceu com a presença marcante de confrades de diversas nacionalidades (franceses, belgas, holandeses, luxemburgueses), mas progressivamente a Província Holandesa assumiu a responsabilidade de enviar e manter os missionários bem como de gerir a Região do “Brasil do Norte”. Em 12 de março de 1938 foi canonicamente ereta por decreto promulgado pelo Conselho Geral a Província Brasileira Setentrional e foi nomeado como primeiro provincial o P. Henrique van der Horst.
Com a criação da Província Brasil Recife (Inicialmente BS) em 1938, a presença dehoniana foi se fortalecendo e a missão se expandindo. Nossos confrades marcavam presença no trabalho com os operários, nas associações religiosas, nas paróquias, em colégios e nas casas de formação da província. As vocações floresceram e passamos a ter em nossas fileiras confrades brasileiros. A nossa obra se expandiu para vários estados da região e nos tornamos uma província próspera e vibrante. As dificuldades e os desafios sempre foram constantes, porém conseguimos dar continuidade à encarnação do carisma dehoniano na realidade nordestina.
A história da missão dehoniana no Nordeste do Brasil pode ser vista como uma “missão de esperança”. Isto porque o que alimentou o sonho de Padre Dehon e de nossos pioneiros foi a esperança de ver instaurado na terra brasileira o Reino do Coração de Jesus.