15 julho 2021
15 jul. 2021

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Entrevista com o P. Sildo César da Costa, novo Superior Provincial da Província BRM

por  Danilo Cardoso, scj

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Como estão esses primeiros momentos do senhor como Provincial?

É um desafio. A chamada a esta missão foi uma surpresa, mas, ao mesmo tempo, me coloco sempre à disposição de servir. Meu lema de ordenação é Eis que venho, ó Pai, para fazer a tua vontade. Estou aqui para servir e para fazer a vontade de Deus naquilo que for necessário. Espero ser um bom instrumento nas mãos de Deus para guiar essa nossa Província.

O senhor acredita que os valores formados na experiência paroquial podem ser integrados na sua gestão como Superior Provincial?

Eu vejo que o trabalho com o povo te ajuda em todos os sentidos. Não só na missão hoje, como Superior Provincial, mas como religioso. Nesse período de pandemia por exemplo, ele não se acovardou, não se fechou em sua casa, ao contrário, o povo foi ao encontro de uma nova evangelização. O povo me ensinou isso: não ter medo de ousar, também agora como Superior Provincial. Às vezes, há certas coisas que eles fazem que eu mesmo, como pároco, dizia: será que vai dar certo? Mas, eles encabeçavam e faziam…você é apenas alguém que está ali apoiando. De que eles precisavam? Que o padre os apoiasse. Não sou eu quem vou fazer a vida da Província, mas estou ali para apoiar, para incentivar, para fazer com que a nossa Província desenvolva o trabalho e a missão que lhe é confiada.

O senhor pode partilhar quais prioridades identificou juntamente com o novo Conselho Provincial?

Meu primerio passo como Superior Provincial é ver a realidade da Província. Já fui Conselheiro Provincial, conheço minha Província, porém sei que as realidades mudam de um tempo para outro. O momento agora é de ver, conhecer melhor essa realidade, os religiosos, as nossas obras. O primeiro passo que nós demos foi valorizar os superiores locais. Quem está naquela área, naquela região que está sendo chamado a ser superior que, de fato, seja superior. A prioridade é o Plano Trienal do nosso governo. A Assembleia se realizará no dia 07 de julho de modo online. Trazer para a prática esse plano é a nossa missão como Governo Provincial.

Vamos celebrar esse ano o centenário do nascimento do P. Bourgeois, o nosso 6º Superior Geral, e, em 2022, os 40 anos de aniversário da aprovação das nossas Constituições. O Governo Provincial já pensou em alguma proposta celebrativa para tais marcos históricos?

Como noviço já ouvia falar do P. Bourgeois. Esperamos que no segundo semestre possamos celebrar essa importante ocasião e, principalmente, estudar melhor aquilo que ele, como Superior Geral repassava aos religiosos. Hoje estamos nos debruçando um pouquinho mais sobre a nossa Regra de Vida. Vejo que a importância disso está também na parte histórica. Em nossa província, temos o APPAL – Arquivo Provincial Padre Lux – onde trabalhamos e valorizamos muito a história da Congregação. Acredito que daremos uma grande contribuição quando pudermos oferecer um arquivo de consulta para quem quiser conhecer melhor nossa história SCJ. Conhecer por exemplo os primeiros missionários alemães que estão na origem das Províncias BRM e BSP. Devemos muito à Província da Alemanha. Queremos saber mais da história para valorizá-la.

Gostaria de saber como vocês pensam e têm desenvolvido a internacionalidade. Qual a sua visão sobre ela na Congregação e na Província?

Acredito que como Congregação já demos passos importantes. Como Província estamos, também, dando esses passos. Porém, vejo que podemos avançar ainda mais. A proximidade com os nossos confrades, com as Províncias irmãs, com os que estão próximos, e com aqueles distantes, faz com que a gente se sinta mais Congregação, experimente mais o sentido de pertença. O nosso noviciado acolhe formandos de outras Províncias. Estamos enviando 3 religiosos para estudar em Roma, onde já temos 2. Temos a participação de confrades nas missões onde somos chamados.

Gostaria que o senhor desse uma palavra sobre sua visão da Família Dehoniana na Província BRM.

Uma das coisas que eu vejo com muita importância é a Família Dehoniana. Nós estamos inseridos em 27 paróquias. O trabalho maior está ali. O povo bebe da nossa espiritualidade, da espiritualidade do Coração de Jesus. Nós temos grupos de Leigos Dehonianos; ao total estamos em 4 setores, 155 membros que fazem parte dos Leigos Dehonianos nesses 4 setores da Província. E na dimensão missionária dos jovens – MDJ – temos 125 jovens envolvidos diretamente com a missão. Claro, isso é um numero que pode crescer, pois vemos que existem muitos jovens que querem viver essa experiência. Temos a Fraternidade Mariana, fundada pelo nosso confrade, o Servo de Deus P. Aloisio que também bebe da nossa experiência e da nossa espiritualidade. Temos comunidades de vida, tais como a Arca da Aliança em Joinville que foi fundada por leigos, mas que tem seu carisma por causa do P. Aloísio, ou seja, uma espiritualidade bem dehoniana. Em suma, em nossa Província há várias ramificações que podemos entender como Família Dehoniana. Vejo isso muito positivamente, e é uma dimensão que precisa ainda ser melhorada, claro, para nos aproximar ainda mais para o cultivo da espiritualidade dehoniana.

Podemos dizer que, com a Família Dehoniana, se cumpre aquilo que Dehon tanto quis: Levar Cristo ao coração do mundo e o mundo ao Coração de Cristo. Padre, gostaria que o senhor deixasse uma mensagem para toda Família Dehoniana.

Quero desejar a todos os confrades o apelo para que vivenciemos, ainda mais, o espírito dehoniano. Temos uma Regra de Vida que estamos buscando compreender e viver melhor, entendendo, assim, quem somos: dehonianos, padres do Sagrado Coração de Jesus, religiosos, sacerdotes, irmãos…vivenciar essa experiência é muito bonito. Quando vivemos, certamente, também evangelizamos. Mais do que as palavras, o testemunho falará. Gostaria que cada um de nós pudesse abraçar com muito amor nosso carisma, pois é um carisma riquíssimo. Sabe-se que os leigos, nosso povo de Deus, observa isso com muito mais clareza que nós mesmos. Precisamos abraçar nosso carisma e vivenciar isso dentro das nossas comunidades. Que Padre Dehon, em suas palavras e testemunho, aumente ainda mais nosso desejo de servir a Deus, servir ao Mestre Jesus e Seu Coração. Desejo que todos nós possamos viver fortemente essa experiência do Coração de Jesus e que nós possamos, como sempre digo, nos sentir pertencentes à Família Dehoniana: e, em segundo, Sint Unum, que possamos viver a unidade e a comunhão entre nós para testemunhar, a tal ponto, que o próprio povo veja “como eles se amam” a partir de nosso testemunho

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