Entrevista com Pe. David Tachago por ocasião dos 25 anos de sacerdócio, 14 anos dos quais servindo na formação de jovens candidatos à vida religiosa. Os segredos de sua fidelidade ao Senhor.
Caro Pe. David, você celebrou 25 anos de sacerdócio. Como você se sente agora depois de todos esses anos?
Como dehoniano, sinto-me feliz e satisfeito com o caminho percorrido até agora. Naturalmente, houve altos e baixos, como é normal na vida. Mas, no geral, me considero uma pessoa, um religioso e um padre completos.
Relembrando seus primeiros anos de sacerdócio, você tem alguma lembrança em particular para nos contar?
Sim, devo reconhecer que os três primeiros anos de sacerdócio foram decisivos e moldaram o resto da minha vida. Vivi os primeiros anos no ministério paroquial, aprendendo a me doar sem reservas ao serviço dos cristãos.
Também tive a oportunidade e a graça de participar do Capítulo Geral da Congregação como delegado em 1997. Pude ter esta experiência na Congregação em tão pouco tempo, conhecendo seus pontos fortes, suas perguntas e suas dificuldades. Tudo isso deixou uma marca profunda em mim.
Na paróquia, o pároco por vezes estava doente e muito do trabalho pastoral tinha que ser feito por mim. Então eu aprendi rapidamente a ser responsável.
Não esqueço nunca a morte de meu pai depois de um ano e meio de sacerdócio em 24 de dezembro, quando eu tive que celebrar as missas de Natal, além de cerca de cinquenta batismos. E tudo isso tive que fazer antes de enterrar meu pai.
O que marcou você nesses anos, além da perda de seu pai?
O que mais marcou meu sacerdócio foi a constante dedicação com a formação de jovens confrades candidatos à vida religiosa e sacerdotal. Dediquei 14 dos meus 25 anos de sacerdócio a esse serviço. A formação é uma tarefa nobre, difícil, mas também ingrata. No entanto, hoje, olhando para esses jovens que são o futuro da província, estou muito contente por ter prestado esse delicado serviço à Congregação e à Igreja.
Ao longo dos anos, você esteve envolvido em vários níveis na missão da Congregação: formação, educação dos jovens, ministério paroquial, governo. Existe algum elemento específico de nossa espiritualidade que mais chama a sua atenção?
Há algumas palavras-chave da espiritualidade dehoniana que me impressionaram e me acompanharam: disponibilidade do “ecce venio”, o dom de mim mesmo aos outros, atenção aos outros, especialmente na formação e vida fraterna em comunidade, de acordo com a perspectiva do “sint unum”. A vida fraterna em comunidade sempre foi de grande ajuda para mim nos serviços que tive que prestar na Congregação até hoje.
25 anos é um bom tempo, mas também é importante reconhecer que você ainda é bem jovem e cheio de vitalidade. Você tem planos para o futuro?
Certamente tenho planos para o futuro. Lembro-me do que nosso formador nos disse quando eu era postulante: “Quando você diz: chega; então você está morto”. Ele queria dizer que toda pessoa deve sempre se lançar para frente. Pessoalmente, gostaria de continuar servindo a Deus, meus irmãos e irmãs, por meio das responsabilidades que a Congregação e meus superiores me confiarão, sem qualquer exclusão, incluindo a missão ad gentes.
A Província dos Camarões é relativamente jovem em relação à idade dos membros. Hoje, conta com cerca de 120 confrades com idade média de 39 anos. Que conselho você daria a eles?
O conselho que posso dar a meus confrades é que sejam generosos, fiéis, disponíveis no dom de si mesmo a Deus por meio do serviço aos irmãos e irmãs. Isso os fará felizes e realizados em suas vidas humana e de consagração ao Senhor. Convido-os a testemunharem as suas vidas cristãs com honra, lá onde vivem e trabalham, e a cultivar entre eles uma verdadeira fraternidade em Cristo.