Entrevista com o Padre Léopold Mfouakouet, ex-conselheiro geral da Congregação: seus 25 anos de sacerdócio e a mensagem aos jovens dehonianos
Caro Pe. Léopold, você comemorou recentemente seu 25º aniversário de sacerdócio. Como você se sente após 25 anos de sacerdócio?
Neste ano de jubileu, sinto gratidão por Aquele que chama, mas também por todos aqueles que me conscientizaram da minha vocação: meus pais, minha família, os cristãos, meus formadores (no noviciado, no período de estudos filosóficos no Zaire, durante meus estudos teológicos), aqueles que me ensinaram o ministério paroquial e aqueles que me acompanharam nos projetos regionais ou provinciais específicos. Um sentimento de gratidão que, ao mesmo tempo, experimento como uma dívida para com aqueles a quem sou enviado.
25 anos: um quarto de século. Você se lembra dos seus primeiros anos como sacerdote?
Lembro claramente como se fosse ontem. Lembro-me de ter sido nomeado vigário da Paróquia de EligEdzoa em Yaoundé, enquanto Pe. Léon Kamgang (ótima recordação!) era pároco. A paróquia não tinha ainda presbitério. Vivíamos em comunidade na Résidence André Prévot com outros confrades: Pe. Pierre Guéna, Pe. Silva (atualmente ambos estão na França) e, alguns meses depois, Ir. Antoine Touw. Eu era capelão dos jovens e era feliz. Eu ainda me vejo lá, às vésperas do início do ano letivo, visitando todas as escolas secundárias do território paroquial, públicas e privadas, para obter o programa do curso, encontrar espaços para o lazer, integrar cursos de religião. Na paróquia, acompanhava e visitava os vários grupos nos finais de semana, com a aprovação de Dom Jean Zoa, bispo daquela época.
O que mais marcou seu sacerdócio?
O que mais marcou meu sacerdócio foi tê-lo vivido, e vivido como religioso, em comunidade com outros confrades. Essa dimensão me parece a graça mais extraordinária. Por isso tenho uma consideração pelos demais confrades, em particular por aqueles que não foram ordenados sacerdotes, mas, religiosos como eu, me ajudam a viver meu sacerdócio como religioso.
Ao longo desses anos, você trabalhou em vários níveis na missão da Congregação: formação, educação dos jovens, ministério paroquial e governo. Como você experimentou tudo isso e o que o acompanhou?
O aspecto de nossa espiritualidade que sempre me acompanhou é o que chamo de “sábia disponibilidade”. A disponibilidade, como sabemos, é a tradução das palavras “ecce venio”, “ecce ancilla”. Mas existe uma sábia disponibilidade quando esta é inicialmente assumida como graça; depois, mais tarde na vida, tem-se a consciência de que muitas vezes há uma lacuna entre para o que fomos preparados e pretendemos nos desgastar e o serviço que é realmente solicitado. Eu vivi tudo isso como um chamado a viver como discípulo o que Jesus fez, isto é, ser “manso e humilde de coração”.
Quais os projetos para o futuro?
Como religioso, não tenho projetos particulares para o futuro: por um lado, espero manter a mesma graça da disponibilidade; por outro, e acima de tudo, rezar para não viver a lacuna anteriormente mencionada.
72% dos confrades dos Camarões têm menos de 45 anos. Você tem algum conselho para esses dehonianos jovens?
Se eu tivesse algum conselho a oferecer aos que você chama de “dehonianos jovens”, diria: nunca perderia de vista o fato de que são jovens e que é recomendável não ter medo de trabalhar com eles, nem de confrontar-se com eles e aproximar-se de suas vidas. Este é um aspecto importante do nosso carisma “dehoniano”.