Mestre, estamos perecendo e tu não te importas? Esta pergunta os discípulos dirigiram ao Senhor… e, quem sabe, com outras palavras, é a mesma que nós também fazemos. Ela pode ser vista de dois modos:
Num primeiro momento, podemos achar que o Senhor é capaz de nos abandonar, de deixar-nos à “sorte” da vida, sem nenhum cuidado ou proteção. Num segundo momento nos lembra que somente o Senhor é capaz de nos salvar. Essas duas leituras, e muitas vezes a prática das mesmas, caminham conosco quase que sempre em nossos dias.
A pergunta foi dirigida num momento de dificuldade, quando os discípulos, depois de atenderem ao pedido do Senhor “vamos para outra margem”, passaram a enfrentar uma grande tempestade, ventos fortes e ondas que se lançavam para dentro do barco.
O barco pode ser visto como a Igreja que está neste mundo cumprindo sua missão de seguir sempre em frente: “vamos para outra margem”. Essa é a nossa tarefa. É a missão confiada à Igreja, à nossa Congregação e a cada um de nós.
Nesta trajetória é e será inevitável deparar-se com as dificuldades (ventos fortes, ondas bravas…), mas é preciso confiar: o Senhor está conosco! Voltar não vale a pena. É preciso seguir nessa travessia respondendo ao chamado do Senhor. Voltar impede que o sonho de Deus a nosso respeito aconteça… É melhor seguir em frente. Buscar a outra margem. Cumprir nossa missão.
O Senhor confiou ao Pe. Dehon uma missão e hoje, nós da Província BRM, em sintonia com toda a Congregação, somos convidados a dar continuidade nela. Como Congregação refletimos sobre isso durante o Capítulo Geral, e como Província o faremos nos dias 20 a 23 deste mês, quanto teremos a nossa 7ª Assembleia. É um momento importante para a vida da nossa Província, não só pelo trabalho que iremos realizar, de modo especial, a preparação do Plano Trienal que irá nortear a vida da nossa Província nos próximos três anos, mas também pelo reencontro e convivência fraterna com os irmãos.
Estar em alto mar, seguindo em direção à outra margem significa também sair e ir ao encontro do outro, daquele que é o meu próximo, significa usar de misericórdia para com aquele que o Senhor colocou no meu caminho. “O Senhor pede a nós os carinhos da misericórdia” (Papa Francisco).
“Não dá mais para voltar, o barco está em alto mar. ”